“BEM HAJAM! Cores & Emoções”, não é, seguramente, mais uma exposição de SAULO SILVEIRA! Esta é uma mostra carregada de sentimento, carregada de interioridade, carregada de simbolismo, verdadeiro atestado maior de uma maturidade criativa e plástica que já não surpreende! Antes, confirma a maioridade estética do Artista que cria, recria e desmonta os seus próprios conceitos e as suas próprias vias de conhecimento e expressão. Esta, bem poderá ser chamada… a Exposição! Porque não é mais uma. Porque é única. Porque é singular no seu percurso solitário e silencioso e marca de forma indelével a pintura contemporânea no nosso panorama cultural… Porque encerra, em si, todo um caminho, toda uma carreira e todo o mistério do coração e da alma do Pintor. Nela se reflecte a ansiedade e a insatisfação, a intranquilidade e a perturbação do nunca verdadeiramente atingido. Mas, nela vamos, também, encontrar o transfer dessas emoções, desses sentimentos, dessas vibrações, que brotam da paleta, saltam das telas e gritam ao nosso imaginário! É o Amor, a Alegria, a Felicidade de Viver, em raivas contidas e cores incontidas, fortes, intempestivas, impressivas, a tocar quem olha e a emocionar quem vê. Quem olha e quem vê, ao fim e ao cabo, o mais profundo do Ser Homem e Artista que é SAULO SILVEIRA.
Um brasileiro porque lá nasceu, adoptado português pelo coração, cidadão do Mundo, pelas suas peregrinações em busca de uma vida interior e de uma maneira de estar e de ser sem fronteiras e sem barreiras. Bom, eloquente e grande no gesto, na visão larga das origens, das raízes e da sua ancestralidade do outro lado de lá do Atlântico, SAULO SILVEIRA, soube merecer e assimilar a nossa lusitanidade da qual se orgulha e faz fé com militante convicção e optimismo. Os seus quadros são disso mesmo vivo testemunho, palpitante manifesto de reconhecimento, gratidão, generosidade e afectos. Os seus afectos, as suas emoções, os seus sentidos, a sua dimensão de Homem Solitário, mas Solidário, fazem-no percorrer a sensualidade dos corpos e dos nus femininos, com calor tropical, com o mesmo à vontade com que mimetiza a Festa de Toiros, na sua interpretação do esplendor mediterrânico.
Esta nova exposição de SAULO SILVEIRA, que a Fundação SOUSA PEDRO, se orgulha de apresentar em pleno Chiado, genuíno coração cultural, histórico, boémio e tradicional da velha Lisboa, constitui um enorme, um sentido, um reconhecido, um dedicado BEM HAJAM!
A Todos quantos ajudaram a construir e a consolidar a obra do autor! A Todos quantos, de certo, ainda, ajudarão a consagrar internacionalmente o trabalho deste que hoje aqui nos reúne. A nós que, sem tibiezas ou falsos elogios, lhe agradecemos Tudo quanto nos tem oferecido, nos tem doado, como dádiva maior da sua Amizade Artística, para enriquecimento do nosso próprio Eu!
Vítor Escudeiro, da Academia Nacional de Belas-Artes e da Academia de Letras e Artes (Portugal)